
Um novo fungicida biológico vem aí. A Vittia, uma das principais empresas desse segmento no País, anuncia hoje um produto à base de um fungo exclusivo — uma aposta para se diferenciar em um mercado cada vez mais competitivo e entregar margens melhores.
O novo fungicida, o Tricho-Turbo OD, combate doenças como a podridão cinzenta do caule e promete ganhos de até 6,1 sacas de soja por hectare. O produto é resultado de um intenso esforço da companhia para descobrir novos microrganismos capazes de combater diferentes problemas no campo.
A base do produto recém-lançado é a variante BVF24 do fungo trichoderma asperellum, exclusiva da Vittia. Um de seus diferenciais é a possibilidade de ser aplicado já na palhada (a cobertura de resíduos vegetais mortos que fica na superfície do solo), o que contribui para o aumento da produtividade, segundo a companhia.
“A gente foi estudando o posicionamento da tecnologia e a gente viu que aplicando esse produto, ele reduz a doença, e depois, fazendo o manejo integrado quando a planta começa a crescer, essa defesa contra aquele patógeno aumenta, resultando em mais controle e produtividade”, explica Jéssica Brasau, gerente de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Vittia.
Cinco anos até a prateleira
Conseguir chegar a esse tipo de produto, que traz uma base exclusiva de microrganismos, além da formulação, é um processo delicado e longo.
Para chegar às novas variantes, são mais de 50 profissionais da área de P&D envolvidos. Alguns deles vão a campo e coletam, a cada ida, cerca de 800 microrganismos para serem estudados. Desses, a ideia é que pelo menos um consiga resolver a dor que aquela pesquisa quer solucionar.
Essa é só a primeira etapa. Depois disso, são feitos testes a campo e outros, ainda, em relação à formulação (as “receitas”) daquele produto, com foco em garantir maior eficiência e longevidade.
“Da primeira pesquisa até o produto chegar na prateleira, o prazo médio é de cinco anos”, explica Brasau.
Neste ano, além do Tricho-Turbo, a Vittia lançou outros dois inseticidas a partir dessas pesquisas: o Bovéria-Turbo WP e o Meta-Turbo Max.
Hoje, a empresa tem 90 iniciativas desse tipo em andamento. Cada uma já nasce com um propósito específico (uma dor a ser resolvida, seja uma praga ou uma doença), ainda que, no meio do caminho, testes possam revelar que um microrganismo resolve outro problema que não aquele mapeado inicialmente.
“Nós buscamos o melhor microrganismo isolado e depois a melhor formulação para ele. O produto tem de ser mais eficiente do que o que está no mercado, às vezes, até em relação ao nosso próprio portfólio”, ressalta Brasau.