
A Lavoro atingiu o quórum necessário para aprovar o plano de recuperação extrajudicial, comunicou a companhia nesta terça-feira. Pela lei, credores que representem pelo menos 50% do valor da dívida têm de dar o ok para a reestruturação.
Em junho, quando anunciou a RE, a rede de revendas controlada pelo Pátria já tinha a adesão de cerca de 35% dos fornecedores para o plano — que prevê o alongamento de um passivo de R$ 2,5 bilhões em até cinco anos. Empresas como Basf, FMC, UPL, Eurochem e Ourofino já compunham esse rol.
A partir do anúncio, começou a contar um prazo de 90 dias para a rede de revendas oferecer as condições aos demais credores, a fim de atingir os 50% do passivo e conseguir homologar o plano. Nesse intervalo, a empresa conseguiu a adesão, por exemplo, da Adama.
Em sua proposta colocada em junho, a companhia já tinha colocado termos que estimulassem as adesões com os fornecedores. Os credores apoiadores, que garantem continuidade do fornecimento de insumos, têm um prazo de pagamento de cinco anos, com parcelas bianuais. O passivo será corrigido pelo IPCA.
Já para os não apoiadores, o prazo de pagamento chega a sete anos, com um deságio de 50% do valor do passivo.
Há ainda outras classes, como os “superapoiadores”, que têm um prazo de pagamento de quatro anos e até 20% da dívida sendo paga com a devolução de produtos. Além disso, eles concordam em dar mais crédito para a Lavoro, além de garantir o fornecimento de insumos.
A renegociação inclui, ainda, uma classe especialmente desenhada para os sementeiros. O alongamento foi de pouco mais de dois anos, também corrigido pelo IPCA.
Com a reestruturação, a Lavoro ficará menor. “Seremos menores, mais rentáveis e mais resilientes nesse cenário que se impôs”, resumiu Ruy Cunha, CEO da Lavoro, em junho.