Fertilizantes

A aposta da Yara para ganhar mercado em biológicos

Nos últimos dois anos, a Yara investiu US$ 21 milhões em biológicos só no Brasil, metade do que a gigante norueguesa destinou em todo o mundo

Yara

O mercado brasileiro de bionutrição tem números de invejar. Nos últimos três anos, as vendas de fertilizantes biológicos aumentaram cerca de 20% ao ano — bem acima da média mundial, em torno de 13%. A Yara quer mais.

“Queremos crescer além do crescimento do mercado”, afirmou Guilherme Schmitz, vice-presidente de marketing e agronomia da Yara no Brasil, ao The AgriBiz. Para isso, a empresa tem aumentado os investimentos no campo.

Nos últimos dois anos, a Yara investiu US$ 21 milhões em biológicos só no Brasil — o montante representa metade do que a gigante norueguesa destinou para o segmento em todo o mundo. A maior parte desses recursos foi destinada ao desenvolvimento de profissionais especializados no campo.

“Contratamos 64 pessoas para trabalhar exclusivamente com biológicos”, disse Schmitz. O objetivo é que eles atuem em conjunto com os outros 350 profissionais que já trabalham perto dos produtores para demonstrar o valor que os biológicos podem agregar à produção. “O agricultor precisa ver o resultado na realidade dele”, diz. Em muitos casos, em sua própria fazenda.

Segundo Schmitz, a equipe de P&D da Yara, que conta aproximadamente 50 PhDs em todo o mundo, está trabalhando no desenvolvimento de 30 novos fertilizantes biológicos. Dois deles devem ser lançados globalmente neste ano, somando-se aos dez produtos já registrados na Europa.

No Brasil, o portfólio atual conta com quatro produtos que atuam como bioestimulantes. Um deles, segundo o executivo, tem potencial para aumentar a produtividade da soja em 2,5 sacas de soja por hectare.

O apelo do ganho de produtividade é, inclusive, a aposta da Yara para continuar aumentando as vendas de biológicos em uma safra marcada por aumentos de custos. Como os produtores já fazem elevados investimentos em genética e tecnologias de defensivos agrícolas, por exemplo, o potencial produtivo já é muito alto, pontuou Schmitz.

“O detalhe está nos biológicos e na sinergia deles com os nutrientes tradicionais. Eles vão ajudar a destravar o potencial produtivo que já está no campo”, disse.