
O BTRA11, fundo imobiliário de terras agrícolas gerido pela asset do BTG Pactual, vendeu mais uma fazenda nesta semana, levantando R$ 35,5 milhões em mais uma etapa do reestruturação do veículo.
Localizada em Campo Novo do Parecis (MT), a Fazenda Cachoeirinha possui uma área de 905 hectares. A fazenda fazia parte do portfólio do BTRA11 desde 2021, quando a asset acertou a compra de duas matrículas por R$ 48 milhões, dos quais R$ 32 milhões relativos à área vendida neste semana.
A transação gerou um lucro de R$ 0,72 por cota do BTRA11, recursos que serão distribuídos na forma de dividendos ao longo do semestre.
Com a venda, o fundo fica com uma posição de caixa de R$ 100 milhões — e já dá pistas de como pode aproveitar esse caixa. Um dos planos é transformar o BTRA11 numa espécie de hedge fund do agro, apurou The AgriBiz.
Nesse esforço, a gestão submeteu aos 12,5 mil cotistas uma consulta para transformar a categoria do veículo, migrando de FII para Fiagro.
Se aprovada, a mudança vai permitir investimentos em valores mobiliários de agentes do agro, incluindo CRAs, CPRs, direitos creditórios, imóveis rurais, participações em companhias das cadeias produtivas e em cotas de fundos que invistam principalmente nesses ativos.
Além disso, o BTRA11 vai propor aos cotistas a recompra de cotas, uma forma reduzir a diferença entre o valor patrimonial (R$ 373 milhões) e o valor de mercado (R$ 183 milhões).
A situação dos ativos
Ao longo deste ano, o fundo do BTG vem se recuperando com uma estratégia concentrada na reintegração de propriedades que estavam arrendadas para produtores que ficaram inadimplentes.
Desde então, o BTRA11 se engajou para recuperar a posse de fazendas. No início do ano, por exemplo, realizou a reintegração de posse da Fazenda Colibri, no Mato Grosso (imóvel que pertencia à família Bergamasco). A propriedade vale de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões.
Antes disso, o fundo recuperou a posse da Fazenda Três Irmãos ainda em 2023, antes da recuperação judicial do grupo mato-grossense. Em agosto de 2024, metade da área produtiva foi vendida por R$ 44,8 milhões e a outra metade segue arrendada, com planos de vender.
Resta, ainda, a disputa jurídica envolvendo o Grupo JR, agora apenas relacionada à posse da fazenda. A propriedade tem uma área total de 1,6 mil hectares e está localizada em Campo Verde (MT).