
Estamos nos aproximando da primavera com boas perspectivas para o retorno das chuvas no próximo mês. Espera-se uma situação típica do início da estação, com pancadas de chuva e trovoadas retornando gradativamente ao Brasil.
Isso não quer dizer que o solo estará úmido o suficiente para início do plantio das culturas de verão, como a soja, assim que terminar o vazio sanitário na maior parte dos estados. Mas a tendência é de um plantio mais precoce que observado no ano passado.
Simulações mais estendidas indicam algo próximo da média climatológica com maior quantidade de chuva sobre a região Sul e sobre a Amazônia, especialmente nos estados de Mato Grosso e de Rondônia.
Nesta semana, a volta do calor é o assunto do momento, o que é natural depois de dois meses de frio constante. Mas aparecem dois termos para caracterizar este novo período que entram em conflito: a tal “onda de calor” e o tal “veranico”. Humildemente, eu diria que não teremos nem um, nem outro, embora a temperatura esteja acima da média histórica.
Para uma onda de calor, o número de dias com temperatura elevada, pelo menos 5°C acima do normal para época do ano deveria alcançar cinco dias, mas isso não será alcançado. Já o veranico é um período mais seco dentro da estação chuvosa, mas estamos em plena época seca.
Independentemente da nomenclatura, sentiremos temperaturas que não eram registradas desde março em muitos municípios do centro e sul do Brasil até amanhã. O próximo declínio de temperatura acontecerá no fim de semana, mas será muito menos duradouro que o observado anteriormente.
Para o agronegócio, fica o alerta para o aparecimento e propagação das queimadas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte devido ao calor e à baixa umidade relativa do ar. Mas o período também será favorável para a finalização da colheita de culturas como a cana de açúcar, algodão, milho, laranja e café.
Nas próximas duas semanas, as chuvas serão mais intensas que o normal na região Sul e ao longo da costa leste do Nordeste. Na primeira área, a precipitação será mais frequente, inclusive com risco de tempestades no próximo fim de semana. A chuva forte deve paralisar as atividades de manutenção das culturas de inverno, como o trigo, nos três estados.
Já no leste do Nordeste, a chuva favorece o desenvolvimento final da cana de açúcar. Na Zona da Mata Nordestina, o período de colheita começa a partir de outubro.