
O consumo de café vem resistindo à alta de preços e deve continuar subindo nos próximos anos. Que a China vem puxando o crescimento global todos sabem, mas dados da Euromonitor apresentados durante o Coffee Dinner, na semana passada, detalharam o peso do gigante asiático no mercado de café.
Nos últimos cinco anos, o crescimento do mercado chinês é equivalente ao consumo de 3,7 Inglaterras, segundo Marcel Motta, diretor da Euromonitor International no Brasil.
Apesar da forte expansão, o consumo chinês no varejo responde por apenas 1% do total global, contra 8% no Brasil e 17% nos Estados Unidos.
Entretanto, quando se observa o recorte de consumo em lojas especializadas, como na rede Luckin Coffee, que tem um perfil semelhante ao da Starbucks, a China já é o segundo país no mundo, com um mercado de US$ 21,8 bilhões — atrás apenas dos EUA, com US$ 51 bilhões.
No mesmo evento, realizado pelo Cecafé, Ryo Satomi, CEO da japonesa UCC, detalhou algumas tendências de consumo “de alta renda” no Japão — como os cafés torrados com hidrogênio, sem liberação de CO2, e novos produtos que processam café para comer, na forma de biscoitos, por exemplo.
Nos EUA, mais café frio
Nos Estados Unidos, a tendência é o aumento da demanda por café frio. Bill Murray, presidente da americana NCA (National Coffee Association), disse que a preferência por café entre os americanos está se voltando para bebidas frias, especialmente entre consumidores mais novos — no ano passado, 49% do café consumido entre jovens de 18 a 24 anos era frio.
O Brasil ensaia importar essa tendência, segundo Pavel Cardoso, presidente da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café). “Trazer a tendência dos cold brews faz sentido em um país tropical”, disse.