
A FG/A deu mais um passo na missão de recomprar cotas do FGAA11, uma maneira de reduzir o desconto que as cotas do Fiagro ainda sofrem em relação ao valor patrimonial do fundo.
Nesta terça-feira, a gestora de Ribeirão Preto abriu uma consulta formal de cotistas que vai deliberar sobre a mudança do regulamento do fundo, incluindo no documento a permissão para esse tipo de operação. A consulta ficará aberta até o dia 1º de agosto, com os resultados sendo apurados no dia 4 de agosto.
Para aprovar a inclusão desse tópico no regulamento do fundo, a gestora liderada por Luis Gustavo Torrano Correa precisa do aval de 25% dos cotistas — o FGAA11 possui cerca de 50 mil investidores.
“A proposta é incluir, de forma definitiva, essa ferramenta da recompra no regulamento, possibilitando sua utilização sempre que as condições de mercado indicarem distorções relevantes entre preço e valor patrimonial, especialmente quando motivadas por fatores externos que não refletem a realidade do portfólio”, afirmou a gestora no último relatório gerencial.
A cruzada da FG/A para conseguir recomprar as cotas do fundo começou em fevereiro, na esteira da desvalorização em massa das cotas de Fiagro como um reflexo da recuperação judicial da Agrogalaxy e do aumento do número de calotes no agro.
Mesmo sem estar exposta ao risco da revenda controlada pelo Aqua Capital e tampouco a casos de default, a gestora sofreu com a aversão ao risco. No pior momento, em dezembro do ano passado, as cotas foram negociadas a R$ 7,12.
De lá para cá, a situação melhorou. As cotas fecharam o pregão desta terça-feira (1) cotadas a R$ 8,64, um desconto de 8,5% em relação à cota patrimonial. De janeiro para cá, a valorização é de 13% — um reflexo da correção de preços após o susto que o ano passado trouxe para a indústria de Fiagros.
Com o programa de recompra, a FG/A busca uma correção ainda maior das cotas, até porque os fundos só conseguem viabilizar ofertas para crescer se estiverem negociados em linha ou acima do valor patrimonial.
A medida só será possível graças à recente permissão do mecanismo pela CVM. Pelas regras da xerife do mercado de capitais brasileiro, as recompras estão limitadas 10% do patrimônio líquido em 12 meses, e só podem ser feitas a um valor inferior ao patrimonial da cota no dia útil anterior. Os papéis recomprados devem ser imediatamente cancelados.
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Antes da permissão da CVM para a recomprar de cotas, a FG/A vinha adotando uma estratégia alternativa, amortizando o FGAA11.
Em março, a gestora abriu um programa de amortização para resgatar até R$ 32,4 milhões em cotas. Esse programa foi realizados em doses homeopáticas de R$ 2,7 milhões a cada mês, sendo quatro até maio.
Na semana passada, a gestora anunciou a paralisação do programa de amortização, entendendo que ele já havia cumprido sua missão e que, agora, a recompra poderia ocupar seu papel com vantagens.
Atualmente, o FGAA11 possui um patrimônio líquido de R$ 423 milhões.