Meteorologia

Chuva forte afeta Rio Grande do Sul; Paraná deve ter geada

Excesso de chuva interrompe plantio de grãos e ameaça lavouras gaúchas; frio intenso pode provocar geadas fracas no oeste paranaense

Chuvas no Rio Grande Do Sul

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul colocaram a agricultura em estado de alerta. Municípios como São Borja, Nova Palma e Faxinal do Soturno, no centro e oeste do estado, já acumularam mais de 300 milímetros de precipitação em apenas quatro dias — o dobro da média histórica para todo o mês de junho.

Segundo o último boletim da Emater, divulgado até 12 de junho, os prejuízos começaram a aparecer, com relatos de erosão em áreas agrícolas e a interrupção do plantio de culturas de inverno, como trigo, canola, aveia e cevada. Até a manhã desta sexta-feira (20), a previsão indica a manutenção da chuva intensa na metade norte do estado, com volumes que podem superar os 100 milímetros.

Nos próximos dias, o sistema de instabilidade deve avançar para outras regiões do Sul. Entre domingo (22) e segunda-feira (23), a chuva forte deve atingir o Paraná e Santa Catarina. O impacto já é sentido nas lavouras, especialmente nas colheitas das segundas safras de milho e feijão, além do café. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), a alta umidade tem dificultado o avanço das máquinas no campo.

Além da chuva, os produtores devem enfrentar a queda nas temperaturas. Embora não se espere um evento severo, há previsão de geadas fracas em áreas do oeste paranaense, com mínima em torno de 1°C em cidades como Cascavel. Também há risco de frio em boa parte de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Cerca de 40% do milho paranaense está em fase de frutificação, estágio vulnerável ao frio, porém a maior parte das lavouras sensíveis encontra-se no norte do estado, ou seja, fora da área com previsão de geada.

Além da chuva no Sul, a precipitação alcançará áreas de algodão em início de colheita em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, diminuindo o ritmo da atividade.

Por outro lado, áreas de café da Mogiana e do sul de Minas Gerais permanecerão sob tempo mais seco, favorável à colheita. De acordo com o Cepea, até o fim da semana passada, a colheita do arábica oscilava entre 20% e 25% do total, enquanto o café robusta alcançava a metade da área.