Líder mundial em produção de soja e principal cidade brasileira na produção de milho, Sorriso é uma das capitais do agronegócio. Todo esse destaque, no entanto, ainda pode passar ao largo de um público urbano e essencialmente cosmopolita. Não mais. Para diminuir as distâncias entre o Mato Grosso e a capital paulista, a prefeitura de Sorriso desembarcou em São Paulo.
Pela primeira vez no GAFFFF, evento promovido pela XP Investimentos em parceria com a Datagro, a prefeitura busca promover a exuberância da cidade diante de investidores qualificados. Nesta edição, Sorriso é uma das patrocinadoras do evento, que acontece no Allianz Parque.
“Não temos ainda muita indústria de processamento, por exemplo. A ideia é mostrar que temos a matéria-prima e aptidão”, disse Clóvis Picolo Filho, secretário de agricultura e meio ambiente de Sorriso.
Para atrair investimentos, a prefeitura destaca os esforços para melhorar a logística na região. “A gestão está fazendo um planejamento para conseguir outros modais de transporte. O plano é ter uma logística bem mais eficiente nos próximos quatro a cinco anos”, acrescentou Picolo.
Nesse plano, uma das ambições é aumentar a presença do modal ferroviário na cidade. Outro plano é reforçar a armazenagem. Hoje, Sorriso tem uma capacidade estática de armazenamento de 65% da produção de grãos. Ao aliar os dois polos, a meta é conseguir melhorar o dia a dia do produtor.
Vir para São Paulo, nesse contexto, significa comunicar essas intenções e desmistificar conceitos em relação ao agronegócio — principalmente os ligados à sustentabilidade. “Hoje, um quarto da nossa produção tem o certificado de produção sustentável”, defende o secretário.
O investimento tem rendido alguns frutos. No evento, a prefeitura tem conversado principalmente com agentes de mercado, principalmente fundos de investimento.
“Nós tivemos bastante gente nossa aqui, de agricultores representando cooperativas, incluindo as de crédito. Já se ambientaram, fizeram contatos e, a partir da semana que vem, a meta é conseguir estreitar essa relação”, explica Filho.
Em um momento em que diferentes agentes públicos buscam alternativas ao Plano Safra, o modelo de Fiagro adotado pelo governo do Paraná soa como interessante para a prefeitura, mas ainda há um longo caminho até que algo desse tipo possa (ou não) sair do papel.
Por enquanto, a realidade na ponta é que o produtor ainda permanece cauteloso, embora com um humor melhor do que o da última safra, segundo o secretário.
“Eu sempre falo que o produtor tendo o produto, o preço variando um pouquinho para mais, um pouquinho para menos, ele consegue administrar a vida dele bem melhor. A safra de soja foi excelente, a de milho também deve trazer um resultado muito positivo”.
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A imagem do Allianz Parque recheado com grãos de soja foi criada por inteligência artificial.
