Os acionistas da Minerva Foods que subscreverem as sobras do aumento de capital privado da maior exportadora de carne bovina da América do Sul farão um bom investimento. A análise é dos analistas do BTG Pactual, que distribuiu um relatório a clientes na manhã desta terça-feira.
Ontem à noite, a Minerva divulgou os resultados do aumento de capital privado, mostrando que a adesão da base acionária à transação foi de 85,75% da oferta total de 387 milhões de ações, perfazendo um aporte de R$ 1,72 bilhão — considerando o preço de exercício de R$ 5,17 por ação.
Com isso, ainda há 14,25% (55 milhões de ações) da oferta disponível. Esse volume, tecnicamente conhecido como sobra, pode ser subscrito até a próxima segunda-feira, trazendo mais cerca de R$ 285 milhões para o caixa da Minerva.
A expectativa dos analistas Thiago Duarte e Guilherme Guttilla é que todo o volume seja exercido, especialmente porque o investimento é atrativo do ponto de vista financeiro.
Nas contas dos analistas do BTG, a subscrição vale a pena mesmo com a ação da Minerva negociando abaixo do preço de exercício — os papéis fecharam a R$ 5,13 no pregão de ontem, R$ 0,04 abaixo dos R$ 5,17 para participar do aumento de capital privado.
A vantagem financeira está no bônus de subscrição que os acionistas que participaram do aumento de capital ganharão. Para cada ação subscrita, o acionista ganhará “meio warrant”, que será negociado na B3 sob o ticker BEEF11. Esse bônus dará direito a comprar novas ações da Minerva nos próximos três anos, ao mesmo preço de exercício (R$ 5,17).
Usando a fórmula de Black–Scholes, um modelo de precificação de opções, os analistas do BTG argumentam que o valor justo de cada warrant é de R$ 2,44, o que significa um benefício efetivo de R$ 1,22 considerando o tamanho do bônus que os participantes da oferta ganharão (“meio warrant”).
“O bônus de R$ 1,22 é bem acima da perda de R$ 0,04 na subscrição de ações da Minerva a R$ 5,17. Para a subscrição deixar de ser atrativa, as ações da Minerva teriam de cair para R$ 4,28, 16% abaixo dos atuais níveis”, argumentaram os analistas.
Vale lembrar que, em 2018, a Minerva fez um aumento de capital privado com a mesma mecânica, concedendo um bônus de subscrição aos acionistas que participassem da operação. Daquela vez, a transação foi altamente lucrativa para os investidores.
A expectativa da Minerva é que isso se repita, especialmente com a redução do endividamento ao longo dos próximos anos.