A fusão entre Marfrig e BRF provocou uma revisão nas expectativas dos analistas do Barclays, favorecendo as ações da primeira em detrimento dos papéis da dona de Sadia e Perdigão.
Num relatório divulgado nesta segunda-feira, o analista Benjamin Theurer mudou a recomendação para as ações da Marfrig, de neutra (equal weight) para compra (overweight).
O Barclays também revisou para cima o preço-alvo das ações da Marfrig, de R$ 20 para R$ 30, um salto de 50%. O novo-preço alvo embute um potencial de valorização de 19% sobre o fechamento da última sexta-feira (R$ 25,07).
“O upside anterior que víamos para as ações da BRF foi totalmente transferido para a Marfrig, dada a proposta de assumir 100% da controlada e a remoção de uma grande parte da participação minoritária em sua demonstração de resultados e balanço patrimonial”, escreveu o analista do Barclays.
Nesse cenário, o upside para os acionistas que detêm os papéis de BRF não existe mais. Diante disso, o Barclays rebaixou a recomendação para as ações da dona da Sadia, de compra para neutra. Além disso, reduziu o preço-alvo das ADRs em 30%, de US$ 5 para US$ 3,5.
“Continuamos confiantes no negócio principal da BRF e acreditamos na expansão da rentabilidade — ainda que dentro dos resultados consolidados da Marfrig”, acrescentou o analista do Barclays.
Na leitura do banco inglês, as sinergias proporcionadas pela fusão devem permitir uma economia de custos. “No longo prazo, vemos um upside com a possível listagem nos Estados Unidos”, argumentou.
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Depois de subirem quase 19% na última sexta-feira, o day after do anúncio da fusão, as ações da Marfrig caíam 2% por volta das 10h40 desta segunda-feira na B3. Já os papéis da BRF recuavam 0,9%, após a queda de 1% na sexta-feira. Em 12 meses, as ações da Marfrig dispararam 148%, enquanto as da BRF avançaram quase 10%.