
Depois de sofrer uma forte diluição na participação acionária na Marfrig devido à operação que resultará na fusão com a BRF, o empresário Marcos Molina disse que está pronto para comprar mais ações da gigante de proteínas.
“Nos últimos cinco anos, os dividendos distribuídos pela Marfrig me deixaram numa posição muito confortável na pessoa física. Com essa diluição, num primeiro momento como controlador eu fico com 41,5%, tenho muita oportunidade de repor esse percentual e atingir um nível de controle melhor na empresa”, disse Molina em call com analistas nesta manhã.
“Acho que a ação está num preço muito atrativo perante todas as sinergias que virão para a empresa com a fusão”, ressaltou. O empresário e sua esposa, Márcia, terão a sua participação na Marfrig reduzida de 72% para 41,5% após a incorporação da BRF.
Molina fez os comentários ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de minoritários da BRF optarem pelo direito de retirada — e sobre o valor que a BRF teria de pagar aos acionistas que optarem por renunciar às suas ações.
O empresário disse que recebeu uma sinalização bem forte dos principais acionistas da BRF de apoio à operação.
De fato, dois dos maiores acionistas da dona da Sadia, a gestora saudita Salic e o fundo de pensão Previ, sócia histórica da companhia, se declararam favoráveis à fusão.
“Com a integração das marcas e operações, teremos ganhos significativos em escala, acesso a novos mercados e oportunidades de inovação. Esse movimento reforça nossa confiança histórica na companhia e no Brasil como propulsor do futuro da indústria de alimentos”, disse João Fukunaga, presidente da Previ, em nota.
A Salic também manifestou apoio. Em uma publicação no perfil oficial da firma saudita no X, saudou a participação da BRF para um dos movimentos mais relevantes para a indústria global de alimentos.